segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Pensar Globalmente, Agir Localmente



É sempre bom recuperar o sentido das coisas de vez em quando. especialmente em anos como este, onde estaremos elegendo desde os vereadores da nossa cidade até o presidente do planeta....

Nos anos 60, na época em que para se ter opinião era preciso correr risco de vida, haviam movimentos humanistas e de contra cultura que preconizavam a máxima acima: "Pensar Globalmente, Agir Localmente". Essa postura ainda é cada vez mais importante quando tentamos elaborar políticas para a evolução do mundo e da humanidade. Sem pensarmos globalmente, jamais teremos como elaborar táticas de ação no dia a dia que levem a uma mudança positiva de postura, de cultura e de modo de ser. Por outro lado, sem agir localmente, as coisas nunca iriam sair do plano das idéias.

Por isso, acho que vale a pena a gente se lembrar desses preceitos tão simples. Se vamos votar, vamos tentar votar a favor, por mais difícil que possa ser. Para tanto, vamos meditar um pouco sobre quais são, hoje, as mudanças mais urgentes, mais importantes, do ponto de vista da própria sobrevivência da humanidade. Para mim está claro que a seleção de candidatos com uma postura humanista e ecologista é algo primordial para tentarmos reverter o curso da degradação pela qual o planeta está passando. Essa postura não deverá ser apenas "delegativa", ou seja, nós não vamos eleger alguém para "fazer por nós". O importante é termos cada vez mais representantes que, pelo menos, não atrapalhem, ou seja, que não sejam mais um obstáculo na hora em que resolvermos aprofundar as nossas "ações locais".

Porque de gente mal intencionada, mal formada e mal informada, nosso inferno terrestre já está cheio....

Marrey Peres - depois de um longo inverno estranhamente quente em 2008.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Futuro

O futuro é a essência da existência humana; é algo imanente à nossa capacidade de produzir cultura.
Porém, para os escravistas, o futuro, conforme muito bem diagnosticou Marrey no post anterior, são apenas metas a serem alcançadas.
No primeiro caso ele dá sentido à vida; no segundo, ele justifica o sistema de escravidão.
João Jorge

quarta-feira, 14 de maio de 2008

A ansiedade, a insegurança e a dominação social



Me parece que a estrutura da sociedade atual está fundamentada na ansiedade e na insegurança para garantir um esquema de dominação social. A ansiedade de conseguir resultados, reconhecimento e os recursos necessários à sobrevivência aliada à insegurança constante de manter o emprego, de conseguir dinheiro, de manter a família, a saúde, etc., faz com que todos vivam como se suas cabeças estivessem sempre debaixo de uma chuva de espadas de Dâmocles.


Como consequência, não somos mais donos de nosso tempo, pois temos sempre que produzir mais e mais, que tentar obter resultados e recursos, que fazer e acertar, fazendo com que possíveis momentos de lazer criativo e de felicidade ou relaxamento fiquem cada vez mais distantes de nossas possibilidades. Chega uma hora em que não conseguimos mais descansar nos fins de semana ou nas férias, não conseguimos mais curtir os amigos em reuniões informais, ou seja, não conseguimos mais construir momentos de prazer e de felicidade.


Precisamos, antes que seja tarde, iniciar um processo pessoal de resistência a esses sentimentos. Vamos focar no presente e tentar minimizar a angústia gerada pela incerteza do futuro. Dessa forma poderemos trabalhar nossa saúde física e mental, evoluir com criatividade e, quando tivermos problemas, termos a energia necessária para tratar deles.


Foco, relaxamento, atividade física e pelo menos um ou dois dias sem internet por semana, já são um bom começo.


Abraços,


Marrey Peres

quinta-feira, 1 de maio de 2008

A Natureza não é muda

Esta publicação é parte do artigo A natureza não é muda, do escritor Eduardo Galeano, publicado pela Agência Carta Maior (www.cartamaior.com.br) ... “Reduzida a uma mera fonte de recursos naturais e bons negócios, ela pode ser legalmente maltratada, e até exterminada, sem que suas queixas sejam escutadas e sem que as normas jurídicas impeçam a impunidade dos criminosos. No máximo, no melhor dos casos, são as vítimas humanas que podem exigir uma indenização mais ou menos simbólica, e isso sempre depois que o mal já foi feito, mas as leis não evitam nem detêm os atentados contra a terra, a água ou o ar.
Parece estranho, não é? Isto de que a natureza tenha direitos... Uma loucura. Como se a natureza fosse pessoa! Em compensação, parece muito normal que as grandes empresas dos Estados Unidos desfrutem de direitos humanos. Em 1886, a Suprema Corte dos Estados Unidos, modelo da justiça universal, estendeu os direitos humanos às corporações privadas. A lei reconheceu para elas os mesmos direitos das pessoas: direito à vida, à livre expressão, à privacidade e a todo o resto, como se as empresas respirassem. Mais de 120 anos já se passaram e assim continua sendo. Ninguém fica estranhado com isso...”

sábado, 19 de abril de 2008

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Ponto de Partida

Sou amigo de Marrey Peres há 25 anos. Nos conhecemos em um evento alternativo. Eu, dando aula de Tai Chi Chuan; ele, apresentando o trabalho da Iniciativa Planetária. Ambos lutávamos pela preservação do meio ambiente e por uma cultura de paz.
Em 1984, junto com Marrey, editávamos um jornal no interior de São Paulo. Em setembro daquele ano fizemos uma edição especial com a temática ECOLOGIA E PAZ. No rodapé da primeira página publiquei a seguinte frase: O ser humano que se relaciona com o seu semelhante construindo a paz e com o meio ambiente respeitando as leis naturais, sem dúvida, é o semeador de uma nova humanidade.
Passaram-se 24 anos e a mensagem dita naquela época continua mais viva do que nunca. Mudaram-se apenas os meios. Aquele jornal foi composto tipograficamente, letrinha por letrinha. Hoje, o nosso veículo, este blog, é eletrônico.
Mas, infelizmente, as elites espalhadas pelo mundo afora optaram em promover a guerra e destruir o planeta. Só que a gente não vai deixar. Por isso que estamos construindo este blog comunitário. E ser comunitário para nós não é apenas trocar informações; é acreditar em valores como a paz e a preservação ambiental; é co-existir pacificamente.
Tem mais. A minha expectativa deste blog é que ele deva ser um veículo aglutinador de pessoas que comungam de um mesmo ideal. No nosso caso, o ideal é a construção de uma política que promova a cultura de paz e de uma economia sistematicamente organizada a partir daquilo que se convencionou chamar de desenvolvimento sustentável.
Mas não é só isso. O blog é um ponto de partida para a convivência social. A convivência humana pautada em valores que cultivam a paz e a preservação do meio ambiente é a semente de uma nova humanidade. Virtualmente a gente não vai semear um mundo novo. É preciso conviver.

João Jorge

terça-feira, 8 de abril de 2008

O pássaro, o elefante e o aquecimento global...


Certa vez, durante o incêndio de uma floresta, o elefante observou um pequeno pássaro que voava até um lago, pegava água no seu bico e voava de volta até o incêndio, jogando a água sobre as chamas, na tentativa de apagá-las.

A certa altura o elefante chamou o pássaro e comentou: você não acha que esse seu esforço é meio ridículo? Você jamais vai conseguir apagar esse incêndio, apenas com a água que você leva no bico...

O pássaro retrucou dizendo: eu não sei se vou conseguir apagar o incêndio, o que eu sei é que estou fazendo tudo o que posso para ajudar a apagar.

Com relação ao aquecimento global e a todos os problemas que estão acontecendo com o meio ambiente na atualidade, não sei se temos que ficar pensando se podemos ou não resolvê-los. Temos é que racionalizar nossos hábitos no dia a dia, consumir menos energia elétrica, deixar o carro em casa sempre que possível, consumir menos água (por exemplo deixando de escovar os dentes durante o banho, reaproveitando a água das chuvas e água servida em casas e condomínios...), reciclar o máximo possível de materiais e incentivar todo mundo a fazer o mesmo. A economia será imensa!

Daí teremos mais fôlego e mais foco para pensarmos em coisas maiores....

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Que me desculpe o Belchior...


No próximo mês faz 40 anos das manifestações de Maio de 68 na Europa. Essas manifestações foram a dor aguda de um movimento cultural que já havia nascido e que desafiava pais e filhos em quse todo o mundo. Os hippies já estavam contestando os valores consumistas da sociedade ocidental. Os trabalhadores já estavam construindo a transformação dos regimes totalitários comunistas, desde a Polônia até dentro da própria União Soviética. As artes e a política há muito não viam tanta efervescência e criatividade. Pessoas e mais pessoas desafiavam o estilo de vida vigente na época para mudar, desde o corte de cabelo, até a maneira como encarar a natureza.

Foi nessa época também que os movimentos ambientalistas começaram a formar o seu ideário e a se consolidar como força política. Os movimentos verdes evoluíram e se tornaram não só partidos verdes, mas mudaram muito da consciência comum dos cidadãos e dos próprios hábitos de consumo e preocupações, principalmente no ocidente e no oriente ocidentalizado.

Já se passaram 40 anos e, infelizmente, as mudanças que fizemos não foram tão importantes como deveriam ser, para poderem garantir ao mundo e aos seus habitantes, uma melhor qualidade de vida. Mas muita coisa mudou para melhor. Basta ver que hoje em dia podemos falar sobre o aquecimento global (pois é, já falávamos disso em 68), em ecologia e respeito à natureza, sem sermos ridicularizados.

Afinal, contrariamente ao que disse o Belchior na famosa música, nós não somos mais os mesmos e nem vivemos como os nossos pais. E muito disso devido ao que explodiu em maio de 68.

Abril de 2008

quinta-feira, 20 de março de 2008

Paz na Tribo


Chegou a hora de dar um basta, antes que a gente tenha mais um infarto coletivo. Tratar as coisas com mais objetividade e simplicidade. No tempo certo e não na correria em que tudo se transformou.

A ansiedade de acumular imensas riquezas e bens materiais ou ainda de conseguir o necessário para o sustento e sobrevivência está matando a tudo e a todos: tempo, seres humanos e natureza.

É hora de voltar para dentro da tribo. Pode começar com meia hora por dia. Antes que seja (muito) tarde.

É preciso começar cuidando da Oca. Oca - a Casa - o Corpo - a Terra.

Marcos Terena declarou na ONU que os índios querem ser ouvidos na questão das mudanças climáticas. O convite nasceu porque ele foi o coordenador da Conferência do Rio-92, quando foi feita a “Carta da Terra” com 109 recomendações feitas por 700 indígenas de todo o mundo. Foi a recomendação da “Carioca”, duas palavras do Tupi-Guarani (Cari + Oca) que significam, “aquele que vem do Rio de Janeiro”. E dentro dessas recomendações existe o que se pode chamar hoje da “profecia dos povos indígenas”, a respeito da importância de cuidar da Terra e do meio ambiente. Os efeitos podem ser percebidos claramente.

"A Terra está tremendo diante da agressão do homem branco, diante da agressão da modernidade, da tecnologia. E nós pensamos que somente os povos indígenas podem dar uma resposta, um “puxão de orelha” nessa comunidade internacional para que ela volte a pensar como ser humano a respeito de cuidar do planeta Terra."

Os índios Hopi, da América do Norte, em suas profecias também alertam:

"Se roubarmos coisas preciosas da Terra, vamos chamar desastres.

No dia da Purificação, haverão névoas correndo para a frente e para trás nos céus.

Uma enorme caixa de cinzas pode um dia cair dos céus e ela poderá queimar a Terra e ferver os oceanos."

Seria interessante assistir novamente ao filme Koyaniskatsy (aquele que deixou famosa a música do Philip Glass). Tem nas boas videolocadoras. Convide os amigos.

Gente: é hora de limpar a Taba e cuidar da Oca!

Paz na Tribo - 20 de Março de 2008.