quinta-feira, 15 de maio de 2008

Futuro

O futuro é a essência da existência humana; é algo imanente à nossa capacidade de produzir cultura.
Porém, para os escravistas, o futuro, conforme muito bem diagnosticou Marrey no post anterior, são apenas metas a serem alcançadas.
No primeiro caso ele dá sentido à vida; no segundo, ele justifica o sistema de escravidão.
João Jorge

quarta-feira, 14 de maio de 2008

A ansiedade, a insegurança e a dominação social



Me parece que a estrutura da sociedade atual está fundamentada na ansiedade e na insegurança para garantir um esquema de dominação social. A ansiedade de conseguir resultados, reconhecimento e os recursos necessários à sobrevivência aliada à insegurança constante de manter o emprego, de conseguir dinheiro, de manter a família, a saúde, etc., faz com que todos vivam como se suas cabeças estivessem sempre debaixo de uma chuva de espadas de Dâmocles.


Como consequência, não somos mais donos de nosso tempo, pois temos sempre que produzir mais e mais, que tentar obter resultados e recursos, que fazer e acertar, fazendo com que possíveis momentos de lazer criativo e de felicidade ou relaxamento fiquem cada vez mais distantes de nossas possibilidades. Chega uma hora em que não conseguimos mais descansar nos fins de semana ou nas férias, não conseguimos mais curtir os amigos em reuniões informais, ou seja, não conseguimos mais construir momentos de prazer e de felicidade.


Precisamos, antes que seja tarde, iniciar um processo pessoal de resistência a esses sentimentos. Vamos focar no presente e tentar minimizar a angústia gerada pela incerteza do futuro. Dessa forma poderemos trabalhar nossa saúde física e mental, evoluir com criatividade e, quando tivermos problemas, termos a energia necessária para tratar deles.


Foco, relaxamento, atividade física e pelo menos um ou dois dias sem internet por semana, já são um bom começo.


Abraços,


Marrey Peres

quinta-feira, 1 de maio de 2008

A Natureza não é muda

Esta publicação é parte do artigo A natureza não é muda, do escritor Eduardo Galeano, publicado pela Agência Carta Maior (www.cartamaior.com.br) ... “Reduzida a uma mera fonte de recursos naturais e bons negócios, ela pode ser legalmente maltratada, e até exterminada, sem que suas queixas sejam escutadas e sem que as normas jurídicas impeçam a impunidade dos criminosos. No máximo, no melhor dos casos, são as vítimas humanas que podem exigir uma indenização mais ou menos simbólica, e isso sempre depois que o mal já foi feito, mas as leis não evitam nem detêm os atentados contra a terra, a água ou o ar.
Parece estranho, não é? Isto de que a natureza tenha direitos... Uma loucura. Como se a natureza fosse pessoa! Em compensação, parece muito normal que as grandes empresas dos Estados Unidos desfrutem de direitos humanos. Em 1886, a Suprema Corte dos Estados Unidos, modelo da justiça universal, estendeu os direitos humanos às corporações privadas. A lei reconheceu para elas os mesmos direitos das pessoas: direito à vida, à livre expressão, à privacidade e a todo o resto, como se as empresas respirassem. Mais de 120 anos já se passaram e assim continua sendo. Ninguém fica estranhado com isso...”